Novo mercado para a DDDrin

Cada vez que chego em casa e baixo os meus e-mails é a mesma coisa. Dezenas de ofertas para eu alongar meu dito cujo, propostas irrecusáveis de George Foreman grills com descontos incríveis, lançamentos de imóveis comerciais na Parada Inglesa e em Guianazes e convites de moças disponíveis para prestarem qualquer tipo de serviço. Hoje recebi nada mais nada menos do que cinquenta spams, sem contar aquelas pessoas que usam mal o e-mail e me repassam imagens do por do sol na Lapônia com 12 mega, correntes pedindo doação de leite em pó e convites de apoio a causa dos índios ianomâmis. Os spams parecem se reproduzir na minha caixa de entrada como coelhos ninfomaníacos e a impressão que dá, é que se eu ousar pedir para os remetentes cancelarem o meu nome da lista, a vingança será cruel,e meu inbox será tomado por coisas ainda mais perversas e em quantidades ainda maiores. Já tentei dedicar um e-mail exclusivo só para preencher fichas, cadastros e afins, sempre desclico a opção de receber qualquer coisa via e-mail e nada parece resolver. Os deleto, extermino, erradico da minha caixa de entrada e eles voltam. Pior…todos os spams passam por todos os filtros e todas as mensagens reais caem como spam. Parecem baratas virtuais. Você mata uma e aparecem três. A DDDRIN precisa migrar para o mundo digital e ajudar a acabar com as pragas.
!

1/2 calabresa e 1/2 muzzarella on line

Sou um adepto do e-commerce para várias coisas. Já comprei geladeira, máquina de lavar, livros, passagens aéreas e se eu puder escapar de ter que ir ao shopping ou ao supermercado para comprar qualquer coisa, estou dentro. Ainda não me converti no entanto, a fazer pedidos de comida pela internet. Não estou falando das compras do mês…me refiro a boa e velha pizza de domingo para ser entregue em casa. Não sei porque, mas tenho quase certeza que o tiozinho da pizzaria de bairro, que já tem dificuldades em entender a diferença entre calabresa e portuguesa em um pedido feito por telefone, ainda não migrou para o mundo digital. Pode ser um preconceito descabido mas a verdade é que a única vez em que fui convidado para um jantar em que o pedido de pizza foi feito pela internet, a refeição quase se transformou em uma ceia da meia noite, pois esqueceram de processar a compra na pizzaria.

Verdade é que li no http://www.brandrepublic.com que mais da metade dos pedidos de pizza da rede Domino’s na Inglaterra já são feitas via e-commerce, sendo que um quarto deste volume é solicitado por aplicativos instalados em telefones e IPads. A Domino`s é enorme…fatura £144.2m por ano e isto significa vender uma montanha de pizzas. Apesar da minha desconfiança o sistema deva estar funcionando bem e os ingleses não parecem estar passando fome ou terem sido esquecidos…são mais de 500.000 fãs da pizzaria no Facebook. Nem lembro se a Domino`s ainda existe aqui no Brasil mas serei obrigado a testar, menos pelo sabor da pizza e mais para superar o trauma…

A lei do Bauru

Li hoje que o Ponto Chic, restaurante onde o sanduíche Bauru foi criado, está comemorando 90 anos. O sanduíche se transformou em uma lenda e foi criado quase por acaso em 1936, quando um frequentador do restaurante, originário da cidade de Bauru e assim chamado pelos seus colegas de faculdade, pediu a um funcionário do local para montar o lanche pela primeira vez. Um colega que estava por perto, experimentou e gritou para o funcionário: quero um igual ao do Bauru! E assim o nome foi ficando…
Aprendi também no G1.com.br que o sanduíche é tão importante para a cidade de Bauru que ele é protegido por lei municipal que estabelece quem são os estabelecimentos certificados para sua preparação(Ponto Chic e Skinão) e não apenas quais são os ingredientes da receita original (a propósito: pão francês, fatias de rosbife, tomate em rodelas, picles de pepino em rodelas, mussarela, orégano, água e sal) mas também a forma de preparo.
Parabéns ao Ponto Chic e reverências ao já falecido sr. Casimiro, o Bauru, responsável pela invenção, mas fiquei refletindo no tempo dos vereadores dedicado a tão nobre questão e como foi a sessão da câmara tratando do tema. Será que o congresso americano faria algo equivalente para proteger o Big Mac ? 2 Hamburgers, Alface, Cebola, Picles, Queijo, Molho Especial em um pão com gergelim…De qualquer maneira a reflexão sobre o bauru me deu água na boca e vontade de comer um sanduba.

A pecinha atrás do volante

Acordei na madrugada de domingo para assistir a corrida de fórmula 1 da Malásia. Tem muita gente que diz que neste tipo de esporte (assim como no hipismo, por exemplo), o homem não faz a diferença. Ganha quem tiver o melhor equipamento, seja um carro ou um cavalo. Quem acredita nesta tese e vê o Fernando Alonso ganhar a corrida e Felipe Massa terminar a prova em décimo quinto, deveria rever os seus conceitos. É fato…com equipamentos iguais, pessoas diferentes tem performances absolutamente diferentes. Estou vendo o calvário do Felipe Massa e ele me lembra bastante o ciclo dos CEOs que não entregam resultados. No começo, a culpa é sempre externa. No caso de Massa, as justificativas passaram por reflexos do acidente em que um parafuso atingiu sua cabeça, pneus que não atingiram a temperatura ideal, carros que não se adequaram ao seu estilo de pilotagem. Patriotadas e teorias da conspiração a parte, a verdade é que ele compete com pessoas melhores que ele. Massa é aquele funcionário que cumpre com os seus deveres e obrigações mas que nunca irá ser a estrela da companhia, já Alonso é “high potential”, promete, entrega e leva o time a um outro patamar. O problema para Massa, é que assim como no mundo corporativo, a fila anda e ele começou a bloquear o acesso de gente boa, jovens talentos que estão prontos para pegar o seu emprego.
Acabaram os álibis, esgotaram-se as justificativas e as pessoas passaram a acreditar que um dos problemas da Ferrari número 6, é justamente a pecinha atrás do volante. Será difícil o Massa sobreviver muito tempo neste ambiente…alías se a empresa fosse minha, depois deste final de semana, hoje ele estaria conversando com o RH e devolvendo o crachá.

Mundo de delícias

Há alguns meses a Kraft Foods anunciou que se dividiria em duas empresas.Eles tem uma montanha de produtos mas basicamente uma cuidará dos seus produtos prontos, congelados etc e outra cuidará de todo o resto (salgadinhos, chocolates, chicletes e afins). Ok, parte da estratégia…
Resolveram ser participativos e convidaram os funcionários a enviar sugestões de como deveria se chamar a nova empresa. Vieram mais de mil idéias de todas as partes do mundo, de pessoas ávidas em contribuir e perpetuar seu nome,ganhando um pin na festa de final de ano.
O que foi publicado esta semana é que o nome escolhido para a nova empresa é Mondelēz e que duas pessoas conseguiram ter a mesma inspiração e o mesmo devaneio. Infelizmente não haverá legendas para explicar, mas o nome quer fazer referência a um “mundo de delícias”. Mondo, Monde , délice, delicioso. Não pararam por aí…Para fazer com que a marca seja única resolveram colocar um traço em cima do segundo “e” do Mondelēz que indica que ele deve ser pronunciado com um som de “vogal longa” . Não importa que nenhum teclado do mundo tenha este “ē” e que ninguém conheça esta peculiaridade fonética.. o que contou foi a opinião dos advogados, loucos para evitar conflitos de trademark em alguma parte do mundo. Mondelēz já era difícil…com tracinho no e, virou um nome quase impossível de já ter sido utilizado por alguém. Mas como o mundo é cheio de surpresas, parece que já descobriram que em russo, o som de Mondelēz, equivale a algo como secreção vaginal. Não está muito próximo do conceito de mundo de delícias…

Passaporte da alegria

Leio nos jornais que o Playcenter irá fechar e passar por uma transformação radical. Nos últimos anos o parque ficou mais conhecido por arremessar as crianças de seus brinquedos do que por alimentar o imaginário infantil. No passado não era assim. O acesso a Disney era algo intangível e as fantasias e os sonhos de se passar um dia no parque de diversões não chegavam até Orlando. Eles paravam na Marginal Tietê.
Ir ao Playcenter era uma ocasião especial, aguardada por todos. Sou capaz de me lembrar da Montanha Encantada, dos carrinhos de bate bate, do labirinto de espelhos e até da Monga, a mulher-macaca, mas talvez a minha maior lembrança seja das bolas infláveis gigantes, brancas, com pinceladas de tintas de todas as cores. As bolas eram conquistadas enchendo a boca do palhaço ou apostando no cavalo certo no derby. Chegar em casa com a bola na mão era uma conquista e era a senha para contar e recontar as histórias do dia.
O tempo passou, vieram noites do terror, parque fechado para raves de rádios de gosto duvidoso, Hopi Hari, dólar mais barato e o Playcenter foi ficando cada vez mais longe. Nos últimos anos eu passava pela marginal e não entendia como um espaço daquele tamanho poderia sobreviver no meio da cidade. Não tinha jeito….Era como se o passaporte da alegria tivesse dado lugar a um passaporte para a melancolia, vivendo das memórias e apenas justificando os seus seguidos problemas de manutenção. Junto com o Playcenter se vai um pouco da minha infância.

Nuestra…

Estava em reunião com gente de vários cantos do mundo. Os papos sobre o Brasil giravam sobre o crescimento da economia, preparativos para a copa e afins. De repente um mexicano se aproximou de mim e perguntou se eu me incomodaria de responder alguns perguntas culturais sobre o Brasil. Imaginava algo sobre Niemeyer, Jorge Amado, Chico Buarque ou coisas do gênero. Eis que o mexicano me pergunta em qual contexto nós utilizamos a expressão “ai se eu te pego”…Tentei explicar para ele que a expressão não fazia parte do meu vocabulário mas que havia um certo contexto sexual na maneira como ela era usada.
Ele ficou meio desapontado…disse que a filha dele de cinco anos adorava a música e especialmente aquela parte. Seguiu o interrogatório e me perguntou quais eram os grandes sucessos do Michel Teló, ídolo do momento no México. Nova decepção, falei para ele que o Teló não tinha mais sucessos – era aquilo e nada mais. Por fim ele me falou que buscou no google translator o significado de “nossa”(….do “nossa, assim você me mata) e apareceu “nuestra”e ele não entendeu nada. Expliquei que “nuestra” equivaleria a um “uau”. Ele ficou meio desconfiado mas aceitou. A globalização por vezes nos faz passar vergonha.

Brinquedo novo

A minha vinda para os Estados Unidos esta semana coincidiu com o dia de chegada as lojas do IPad 3, ou the new Ipad, como a Apple decidiu chamá-lo. Não sei se ele é tão mais rápido, se a definição da tela é tão melhor ou se o leitor de retina realmente funciona….O que sei é que é novidade, que eu estava por aqui e que faria o meu esforço de logística para comprá-lo. 
Assim foi. Mal minha reunião acabou e lá fui eu em busca da Apple Store mais próxima. Procurei manter minha expectativa baixa…o risco de já ter acabado e de eu voltar para casa de mãos vazias era real. Sempre tem uns mais esquisitos do que eu, dispostos a dormir na porta para serem os primeiros a terem a novidade, aparecerem na TV e zerarem os estoques nos primeiros dias.
Deu certo ! Os nerds deram uma chance, se esqueceram da loja em que eu fui e ainda tive a chance de escolher se queria preto ou branco. Já que não tenho certeza se o novo será tão diferente do Ipad 2, resolvi mudar de cor…assim me convenço que ao menos alguma coisa é diferente e não me confundo.
Para alguns, esta é uma compra técnica…o que mudou ? melhorou mesmo ? Há quanto tempo tenho o Ipad velho ? Quando virá a nova versão ? 
Para mim é puramente emocional. Dizem que a única diferença de meninos para homens é o tamanho e o preço dos seus brinquedos…Hoje estou me sentindo um menino bem feliz ,louco de vontade de brincar e de mostrar o brinquedo para os amigos.

O fenômeno das viroses

Nestes dois últimos dias fui acometido por um dos maiores fenômenos da sociedade contemporânea: a virose. Não me lembro de ao longo da minha infância ter ouvido falar em viroses e no passado os médicos pareciam buscar diagnósticos mais específicos para dores de barriga, diarréias, vômitos, tonturas e afins. Acho que a virose como mãe de todas as coisas que os médicos não sabem o que são mas que acreditam que não sejam graves o suficiente para te mandar para o hospital, deve ter uns dez anos de existência. Tudo agora é justificado como uma virose…Não sei se os vírus passaram por grandes mutações nos últimos anos e ficaram mais selvagens ou se foi a medicina que encontrou uma maneira mais ampla de justificar o que parece não ter uma justificativa muito clara. Cada criancinha de menos de dez anos deve ter sido acometida por pelo menos umas cinquenta viroses e o pediatra ainda explica – “é que está tendo um surto, mesmo”. O que é incrível é que o surto parece ser contínuo, pois a justificativa é sempre a mesma. Recentemente passei a ouvir “quadro viral” para explicar o diagnóstico…quem sabe a virose comece a sair de moda. Independente de tudo chamada de virose, quadro viral ou de doença não identificada, sei que realmente ela tem potencial para te derrubar e deixar o blog desabstecido de novidades por quase três dias.

Cerveja sem popozudas ou Zeca Pagodinho (3)

A Heinekken volta a atacar com mais uma campanha viral inteligente e ligada a paixão masculina pelo futebol. Desta vez as câmeras são escondidas dentro de quartos de hotéis em que se hospedam torcedores que foram assistir partidas da Champions League, o campeonato de futebol interclubes mais importante do mundo. Ao entrarem nos seus quartos, os hóspedes são surpreendidos e encontram nada menos que a taça do campeonato, objeto de desejo de todos os clubes de futebol da Europa.

Eu consigo compreender as reações que os torcedores tem. Possivelmente faria a mesma coisa… Campanha simples, inteligente , de baixo custo de produção e alta repercussão. Não comecei a tomar mais cerveja Heinekken por causa das campanhas, mas admito que elas me tocam bem mais do que as tchutchucas e pagodeiros em churrascos na beira da piscina e do que a cara de tédio da J-Lo ,ganhando uma fortuna para assistir desfile na Sapucaí e vestir camisetinha de lantejoulas do patrocinador.

Posts anteriores

Enter your email address to follow this blog and receive notifications of new posts by email.

Rumo a um bilhão de hits

  • 76.065 hits

Páginas mais populares

Mostarda mas não falha
Carne fraca, miolo mole
O Brasil e seus patrimônios imateriais
A aranha e a cigarra
Sorvete Napolitano
março 2012
S T Q Q S S D
 1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728293031  
%d blogueiros gostam disto: