Que esquisito que é Dubai

Ai,ai que esquisito que é Dubai. 
Voei no maior avião do mundo mas certamente eu também tenho o maior traseiro do mundo. As proporções se mantiveram e nada mudou.

Ai, ai que esquisito que é Dubai.

Aeromoças vestidas de Jeannie é um gênio com um chapéuzinho com espírito fetichista, agentes do aeroporto que parecem prontos para irem fantasiados para um baile de carnaval, burcas de grife, selfies no portão de embarque. Aero mall ou Shopping Porto ?

Ai, ai que esquisito que é Dubai

Pavilhão do Epcot Center tamanho família, Las Vegas com dunas, Miami com camelos, California Brasileira com Palmeiras.

Ai, ai que esquisito que é Dubai

Cadê a Hebe ? Cauby ? Romero ? Elvis ? Dória ? Elton John. Devem ter sido eles que inventaram esta cidade estado. Unidos formaram um Emirado.

Ai, ai que esquisito que é Dubai

Como hub nasceu, como hub vive, como hub morrerá. Dubai é a prova de que existem coisas que o dinheiro não compra.

Estratégia furada

PirelliReunião do departamento de Marketing da Pirelli 2 anos atrás…

O gerente de produtos Giuseppe chega para o seu diretor de Marketing e fala:

Luigi, as nossas pesquisas de mercado indicam que precisamos associar a nossa marca a performance, velocidade…Os nossos concorrentes são vistos como melhores do que a gente. Precisamos mudar isto…

Sim, Giuseppe . Qual o plano ?

Pensei que poderíamos ser fornecedores exclusivos de pneus  para a Fórmula 1.

Mamma mia …Isto é muito caro !

Sim, é caro. Mas é uma oportunidade única. É a categoria mais veloz do mundo. Toda a vez que o pessoal for comprar pneus lá na D Paschoal, na Zacharias e na rede Caçula eles se lembrarão de nós…Somos da Pirelli, a fornecedora oficial e exclusiva de pneus da Fórmula 1! Ferrari, Red Bull, McLaren e nós…Aliança perfeita ! Vou exigir ainda que no pódio os vencedores usem o boné com a nossa marca…Vai ser um estouro !

Acho que você está certo. Vamos ! Além disto vai ser legal porque nós do Marketing ganharemos ingressos para todas as corridas. Não vejo a hora de ir para Mônaco. Vai ser legal para motivar o nosso time…Ah! Deixe-me participar da escolha das recepcionistas do nosso camarote vip…

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MassaReunião do departamento de Marketing da Pirelli amanhã…

Giuseppe, bem que você disse que a estratégia seria um estouro…5 pneus nossos explodiram durante a corrida. Todos os pilotos estão nos xingando. Os caras não podem andar rápido senão o pneu vai pelos ares. O que vamos fazer agora ?

Pois é chefe…Até minha avó me perguntou se tem risco do pneu do seu Uno desmanchar no trânsito da 23 de Maio. O gerente do departamento comercial por sua vez, me ligou para dizer que os borracheiros estão muito contentes com a nossa empresa. Talvez devessemos divulgar esta notícia boa para o presidente.

Sobre a sua avó fale para ela andar devagar e evitar subir na calçada…Não quero problemas com a sua família. Vamos guardar o feedback dos borracheiros para a reunião do comitê. Realmente isto é um trunfo para nós…Estes estouros na Fórmula 1 estão levando mais gente para as borracharias do mundo. Todo mundo imagina que os pneus de seus carros também explodirão.Foi uma grande estratégia.E quais são os novos planos ?

Camisinha PirelliBom, o pessoal da fábrica ligou e disse que com a queda das vendas está sobrando um pouco de borracha. Pensei que este talvez seja o momento certo de diversificarmos  o nosso negócio e produzirmos camisinhas…A matéria prima está disponível e este é um mercado que cresce sem parar.

Você tem razão…Talvez seja mesmo a hora de tirar um pouco o foco deste negócio de Fórmula 1. Vamos diversificar e crescer em outros segmentos. Certamente esta estratégia tem potencial para ser um novo estouro…Dá para prever que o pessoal das maternidades, assim como os borracheiros, também nos adorará. Você é um visionário…Avante !

Tanque cheio de likes

Petróleo vindo do pré-sal ? Etanol ?? Existem combustíveis bem mais divertidos e interessantes. Um grupo de estudantes do Kansas desenvolveu um carro movido a energia social, encontrada em abundância na Internet…Basicamente o carro se movimenta transformando em eletricidade todos os likes,shares, tweets ou comentários feitos sobre o projeto e que mencionem a hashtag #minddrive. O plano é fazer com que  um Karmann-Ghia 1967 percorra a distância de Kansas City a Washington DC (+-300 Km) sendo movimentado por  “social watts” (na conta deles serão necessários 71.040 social watts para consegui chegar até lá…no site deles tem uma contagem regressiva que indica quanto falta…).

Decidi contribuir e seguir a turma no Twitter, o que equivaleu a 5 watts. Mais detalhes sobre o projeto e o “preço” do combustível podem ser encontrados em www.minddrive.org. Lá também o preço é tabelado….Vamos ajudá-los a encher o tanque, embora o mais fácil fosse pegar combustível emprestado de alguns chatos de Facebook, que devem ter estoque de comentários armazenados que permitiriam que o carrinho chegasse até a lua…PS: eles são americanos, não sabem batizar a gasolina…se soubessem , a missão seria mais fácil.minddrive-550x282

Entrando numa furada

Você vai sair para trabalhar e observa que o pneu de seu carro está baixinho, quase chegando no chão. Alternativa A: macho que é macho, troca o pneu em minutos e se orgulha de ficar com as mãos sujas. Alternativa B: liga para o zelador para pedir ajuda. Alternativa C: você não precisa mais afirmar a sua masculinidade mas também não quer ficar mal falado na vizinhança. Dá mais uma olhada no pneu e se certifica que é possível chegar até o borracheiro da vizinhança sem destruir a sua roda. Você opta pela alternativa C, mais compatível com o seu momento de vida e com a sua preguiça. Chega ao borracheiro e encontra a Xuxa, a Luiza Brunet e mais algumas desconhecidas, já amareladas e rasgadas mas ainda vivas nas paredes sujas. Vê seu pneu ser mergulhado em uma banheira com água que parece ter vindo do Rio Tietê. Surgem bolinhas que indicam a presença de um pequeno prego. Em instantes o artesão da borracha recupera o seu pneu e o trabalho é concluído.

Por um minuto eu penso: será que os pneus de uma Ferrari ou de um Rolls Royce também furam ? Será que existe borracheiro com poster de mulher pelada em uma Autobahn ?

Imagino que sim…talvez os carrões do mundo frequentem borracheiros mais glamourosos e assépticos mas o princípio do trabalho deve ser o mesmo, afinal pregos não são preconceituosos ou discriminatórios…

 

Momento “revolta com o chefe”

“Leave me alone. I know what to do.”

Kimi Raikonnen, vencedor do Grande Prêmio de F1 de Abu Dabhi ao receber orientações do seu chefe de equipe .

Como ele ganhou a prova,  ficou divertido o mini motim contra o “chefe” ,testemunhado pelo mundo inteiro via rádio. Para sua sorte ele ganhou…se tivesse perdido eu esperaria uma vingança  doce e silenciosa por parte do chefe…Esculacho em chefe desta maneira é para poucos…

A velocidade e o tempo

Era uma vez um cara que surgiu do nada. Parecia ter potencial. Mereceu uma chance. Começou a vencer. Não parou mais de vencer. Ficou temido. Era imbatível. Ganhava de tudo e de todos. Foi eleito o melhor de todos os tempos. Um dia achou que a sua vida estava sem graça, monótona e resolveu se aposentar para ficar com a família e fazer outras coisas. Saiu dos holofotes, sentiu falta das glórias e pediu para voltar. As portas se abriram…O mito retornava. Onde está o mito ? O tempo passou, as vitórias do passado viraram lembranças. Os erros que antes eram perdoados e tratados como um sinal de arrojo, passaram a ser vistos quase como traços de senilidade. O respeito do passado se transformou em chacota no presente. O mito virou mortal. Pior do que mortal, virou descartável. Michael Schumacher foi gentilmente convidado pela Mercedes a abrir caminho para os mais jovens. Seus títulos serviram apenas para fazer com que merecesse uma saída com um pouco de mais classe. Depois de tantos anos lidando com a velocidade, ele deveria ter aprendido que nada passa mais rápido do que o tempo e que não adianta querer pará-lo. Ele sempre vence no final…a juventude sobrevive apenas nos retratos.

O Bom Pastor

Hoje ao assistir a corrida de Fórmula 1 e ver a vitória do venezuelano Pastor Maldonado no GP da Espanha, fiquei feliz pelo cidadão. É sempre legal ver algum novato ganhar pela primeira vez.  Durante a prova torci para  ele conseguir segurar o Alonso … Torcer pelo mais fraco é das coisas que mais dá prazer no esporte (embora se eu fosse  ser consistente com os mais fracos, deveria abrir um fã-clube coletivo para o Massa e para o Senna mas por eles, confesso que não está dando nem para torcer…). Como o milagre foi grande demais, durante a festa da equipe, pegou fogo nos boxes da Williams…Foi a famosa alegria que durou pouco…

O que não gosto nem de pensar é no uso político que farão da vitória do cidadão quando ele aparecer em Caracas. O nosso bom Pastor, corre patrocinado pelos muitos dólares da PDVSA, a companhia petrolífera estatal da Venezuela e é, nada mais nada menos,  que garoto propaganda de Hugo Chavéz. Misturar dinheiro público com esporte para mim é uma combinação bem esquisita. Nunca entendi nadadores patrocinados pelos Correios ou  judocas com quimonos de companhias elétricas . É monopólio, para que precisa de patrocínio ?  Com o Maldonado,  já consigo imaginar o desfile em carro aberto, o discurso em um estádio, Chavéz ao seu lado…a pregação do Pastor…Fora o rapaz, o governo da Venezuela patrocina outros 6 pilotos que estão na GP2, a categoria de acesso à Fórmula 1. Neste ritmo em breve teremos as 24 horas de Maracaibo ou as 500 milhas de Los Roques nos calendários automobilísticos mundiais…Valeu pela vitória mas confesso que seria mais legal se parasse por aqui, sem exploração messiânica do Pastor, mas pelo que aconteceu quando ele ganhou o campeonato da GP2, podemos esperar uns 3 dias de feriado nacional na Venezuela…

A pecinha atrás do volante

Acordei na madrugada de domingo para assistir a corrida de fórmula 1 da Malásia. Tem muita gente que diz que neste tipo de esporte (assim como no hipismo, por exemplo), o homem não faz a diferença. Ganha quem tiver o melhor equipamento, seja um carro ou um cavalo. Quem acredita nesta tese e vê o Fernando Alonso ganhar a corrida e Felipe Massa terminar a prova em décimo quinto, deveria rever os seus conceitos. É fato…com equipamentos iguais, pessoas diferentes tem performances absolutamente diferentes. Estou vendo o calvário do Felipe Massa e ele me lembra bastante o ciclo dos CEOs que não entregam resultados. No começo, a culpa é sempre externa. No caso de Massa, as justificativas passaram por reflexos do acidente em que um parafuso atingiu sua cabeça, pneus que não atingiram a temperatura ideal, carros que não se adequaram ao seu estilo de pilotagem. Patriotadas e teorias da conspiração a parte, a verdade é que ele compete com pessoas melhores que ele. Massa é aquele funcionário que cumpre com os seus deveres e obrigações mas que nunca irá ser a estrela da companhia, já Alonso é “high potential”, promete, entrega e leva o time a um outro patamar. O problema para Massa, é que assim como no mundo corporativo, a fila anda e ele começou a bloquear o acesso de gente boa, jovens talentos que estão prontos para pegar o seu emprego.
Acabaram os álibis, esgotaram-se as justificativas e as pessoas passaram a acreditar que um dos problemas da Ferrari número 6, é justamente a pecinha atrás do volante. Será difícil o Massa sobreviver muito tempo neste ambiente…alías se a empresa fosse minha, depois deste final de semana, hoje ele estaria conversando com o RH e devolvendo o crachá.

Questão de expectativa

Esta semana foi feito o anúncio de que Rubens Barrichello correrá na Fórmula Indy em 2012. Não cabe a mim entrar no mérito de sua competência como piloto mas ninguém corre por vinte anos de Fórmula-1, por uma série de equipes diferentes, acumula uma fortuna pessoal, caso não seja minimamente competente. Apesar disto,ao mesmo tempo, Rubinho no Brasil é quase sinônimo de um looser, do eterno perdedor.
Sempre que penso em Rubinho, penso no mundo corporativo e como os executivos são avaliados. Para mim, a negociação dos “budgets” do Rubinho sempre foram consistentemente mal feitas…Por mais que ele realizasse, as pessoas sempre esperaram dele resultados maiores do que aquilo que ele poderia entregar. Ele nunca parou para renegociar, não cumpria o “acordado” e ao contrário, continuava prometendo mais…Nunca disse que o objetivo estava puxado demais para a sua realidade e isto só ajudou a ganhar uma fama de fracassado. A primeira regra do mundo dos negócios é cumprir 100% do prometido. Primeiro as pessoas olharão para o seu percentual de cobertura de cota e depois atentarão para que número estava lá. Cumprir 90% da meta é fracassar, por mais que a meta seja puxada. Quem faz 100% do prometido não deve explicações. Quem faz 90% passa dias explicando…Rubinho só explicou por anos a fio.
Rubinho aceitou um “budget” de sucessor do Senna, de competir de “igual para igual” com o Schumacher. Nos últimos anos corria com uma Williams, que provavelmente perderia um racha para o meu carro,mas fazia de conta que estava quase lá com a Red Bull.
Rubinho nunca declarou que estava brigando por vice-campeonatos, para ser o terceiro melhor brasileiro da história da Formula-1 ou para que sua última equipe ganhasse da Force India. Nunca alinhou as expectativas.Não o conheço e não sei se tratou de um tema de falta de auto-consciência ou se foram caprichos para agradar patrocinadores megalomaníacos, mas tenho certeza que se deixasse claro qual era a sua aspiração verdadeira, sua imagem junto público seria outra. Espero que depois de vinte anos e iniciando uma nova carreira, a negociação e a comunicação de suas expectativas sejam mais realistas. Ele já conseguiu um grande feito, recomeçar aos 40 anos, mas se vier a público, entusiasmado pela nova onda de assédio e começar a prometer sambadinha em Indianápolis repetirá o mesmo erro. Cabe a ele prometer menos e entregar mais…É assim que funciona o mundo corporativo.No esporte não é diferente.Ele já deve ter aprendido.

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