Express kidnapping and ATM blasting

Depois de uma semana tomada por jantares corporativos e jogos críticos da Copa Libertadores, finalmente o blog retoma o seu ritmo de produção. A freqüência  destes jantares, muitas vezes com platéias repetidas, esgotou minha pauta de assuntos e curiosidades sobre o Brasil para entretê-los. Falar sobre o tamanho da população japonesa em São Paulo, conforme já descrevi em outro post, não foi suficiente. Constatei que o tema triste mas que fascina os gringos é a violência na cidade. Eles já chegam procurando histórias sobre o assunto…Começam perguntando se assaltos ocorrem por toda a cidade, se o hotel deles está em uma região perigosa, relatam coisas que ouviram de outros viajantes.

A catarse começa  quando descrevo o que é um “express kidnapping” , o transe prossegue com um breve relato sobre o processo de  “ATM blasting”   mas o ápice de fascinação é saber que algumas pessoas na mesa possuem carros blindados. Explicar para um canadense de Halifax que cidadãos normais, funcionários da mesma empresa que ele e que não são o Obama ou o Bento XVI, dirigem “armored cars é uma experiência antropológica. Ele não acredita…pede detalhes… e tenho certeza que saiu do jantar com a convicção que veio visitar o velho oeste, terra sem lei. Falei sobre o Brasil que cresce, que a nossa economia é a sexta do mundo, que seremos sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas, que temos praias lindas, riqueza cultural, florestas , um povo legal, uma democracia consolidada  mas tenho que admitir que o “awareness” do assunto violência foi bem maior. Triste mas real.

Assuntos para entreter gringos em jantares corporativos

Ao longo dos últimos anos fui exposto a inúmeros jantares com gringos que vem participar de reuniões por aqui. A fórmula tradicional inclui uma visita a uma churrascaria, com direito a caipirinha e orgia de picanha e se o visitante for mais júnior, foto com o garçom fantasiado de gaúcho. Com o passar do tempo fui desenvolvendo uma habilidade de selecionar assuntos sobre o Brasil que os deixam fascinados e diminuem consideravelmente aquele silêncio desagradável, típico de quem não tem intimidade e que  também não tem mais o que falar. Ontem e anteontem tive jantares corporativos e mais uma vez obtive sucesso com o meu tema favorito para maravilhar gringos que querem ser cosmopolitas: a quantidade de japoneses em São Paulo. Os gringos ficam fascinados. O tema permite desdobramentos e assegura uma média de 10-15 minutos de conversa, tempo considerável em um jantar de 1:30 – 2h.Você pode falar que SP tem a maior população nipônica fora do Japão, que existe o bairro da Liberdade, que em São Paulo se come mais sushi do que qualquer outra coisa, que em algumas áreas das empresas como inteligência de mercado, existem concentrações de orientais, e se o papo estiver mais leve pode falar até sobre a Sabrina Sato como exemplo de como eles se misturaram a nossa cultura. Enfim, fica a dica. Testem vocês mesmos quando tiverem a chance.

 

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