Acordei na madrugada de domingo para assistir a corrida de fórmula 1 da Malásia. Tem muita gente que diz que neste tipo de esporte (assim como no hipismo, por exemplo), o homem não faz a diferença. Ganha quem tiver o melhor equipamento, seja um carro ou um cavalo. Quem acredita nesta tese e vê o Fernando Alonso ganhar a corrida e Felipe Massa terminar a prova em décimo quinto, deveria rever os seus conceitos. É fato…com equipamentos iguais, pessoas diferentes tem performances absolutamente diferentes. Estou vendo o calvário do Felipe Massa e ele me lembra bastante o ciclo dos CEOs que não entregam resultados. No começo, a culpa é sempre externa. No caso de Massa, as justificativas passaram por reflexos do acidente em que um parafuso atingiu sua cabeça, pneus que não atingiram a temperatura ideal, carros que não se adequaram ao seu estilo de pilotagem. Patriotadas e teorias da conspiração a parte, a verdade é que ele compete com pessoas melhores que ele. Massa é aquele funcionário que cumpre com os seus deveres e obrigações mas que nunca irá ser a estrela da companhia, já Alonso é “high potential”, promete, entrega e leva o time a um outro patamar. O problema para Massa, é que assim como no mundo corporativo, a fila anda e ele começou a bloquear o acesso de gente boa, jovens talentos que estão prontos para pegar o seu emprego.
Acabaram os álibis, esgotaram-se as justificativas e as pessoas passaram a acreditar que um dos problemas da Ferrari número 6, é justamente a pecinha atrás do volante. Será difícil o Massa sobreviver muito tempo neste ambiente…alías se a empresa fosse minha, depois deste final de semana, hoje ele estaria conversando com o RH e devolvendo o crachá.
Arquivo diário: 26/03/2012
A pecinha atrás do volante
Publicado em Automobilístico, Mundo de Dilbert