São Paulo organiza um evento cultural com centenas de atrações, 4 milhões de pessoas vão às ruas e o foco está no caos para se conseguir comer a “galinhada” do Alex Atala. Entrevista-se o prefeito para que ele explique o porquê da falta de comida chique para a multidão. A galinhada do Minhocão é tratada de forma similar aos brioches da Revolução Francesa.
O Rio de Janeiro tem uma final de campeonato de futebol, o Fluminense ganha de quatro, faz um gol de bicicleta e o principal destaque do jogo é uma gandula popozuda transformada em sex symbol na semana anterior. A gandula musa aparece em todos os programas possíveis, dá entrevistas e é elevada ao patamar de uma Angelina Jolie do Engenhão.
A chegada da Carolina Dieckmann a delegacia para prestar esclarecimentos sobre o extremamente relevante vazamento de suas fotos íntimas (que contribuíram para alegrar o final de semana de adolescentes por todo o país), tem cobertura de imprensa digna do julgamento de criminosos contra a humanidade. Depois de 7 horas de depoimento (como ela conseguiu falar 7 horas sobre isto ?), ela sai sem querer falar com a imprensa (quem sabe não haverá uma exclusiva no Fantástico ? Ou uma visita ao Faustão em que comentará sobre as lições do episódio, como daqui para frente utlizar um pen drive ou HD Externo para arquivar as suas brincadeirinhas …)
Neste últimos dias fiquei com a sensação que minha visão de mundo está um pouco desalinhada em relação as prioridades da grande mídia. Estou fora de foco. Preciso rever meus conceitos…exigir galinhada de graça, reverenciar a gandula como deusa e ficar com pena da ingenuidade da Carolina…