O verdadeiro grito

Esta semana leiloaram “O Grito” do pintor norueguês  Edvard Munch por US$ 120 milhões, quebrando o recorde de valor pago por uma obra de arte . O comprador não identificado, ao que tudo indica foi um colecionador particular. Fiquei pensando nas reações que o sr. Munch teve em seu túmulo…Certamente primeiro também gritou de espanto, não acreditando no  valor alcançado. Depois seu ego deve ter inflado…sou bom mesmo: esqueçam holandeses sem orelha, ou os espanhóis, sejam aqueles de bigodinhos duvidosos ou os outros que transformam suas mulheres em peças de quebra cabeças. O recorde é meu !

Depois da euforia, Munch deve ter refletido um pouco mais: foi para isto que pintei meus quadros ? Eu estava angustiado, deprimido, meus pais me controlavam, queria apenas me expressar e por isto fiz “O Grito”…  De repente a minha dor virou objeto de fetiche para enfeitar paredes de colecionadores milionários pelo mundo. Tenho quase certeza que os milhões pagos pelo “O Grito” vão muito além da satisfação de ter em casa a obra prima do expressionismo, o verdadeiro grito de quem o comprou é  :   “Ei amigos…o meu é maior que o seu… sou mais rico e  eu posso”… Satisfazer o ego pode valer mais do que US$ 120 milhões.

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