Em alguns eventos sociais nos últimos dias tenho identificado a proliferação de pessoas que adorariam ser classificadas como intelectuais. Querem fazer isto transformando qualquer conversa mundana em um papo cabeça…Você quer conversar sobre o Chelsea, campeão da Champions League, e quando vai ver o papo já derivou para o papel do futebol como elemento manipulador das massas. O assunto é cinema ? Alguém fala sobre “Os Vingadores” e a pessoa resolve discorrer sobre o filme paquistanês em exibição no Cine Sesc. Falar sobre livros ? Nem pensar…O cidadão tentará te humilhar dizendo que na visão dele o jovem escritor etíope é barbada para o Prêmio Nobel de Literatura daqui a 2 anos (avalia que o etíope em questão ainda não atingiu o apogeu de sua maturidade criativa para merecer o prêmio em 2012). A postura é cheia de prepotência, querendo reforçar que existem os intelectuais como ele, membros de uma casta superior e os plebeus, simples mortais (no caso, você ). Realmente existem pessoas com o intelecto privilegiado mas a minha estatística (viciada, é verdade) mostra que os verdadeiros intelectuais são aqueles que menos querem divagar em papos cabeça, ou melhor: sabem a hora e o local certo para fazerem isto. São diferenciados não apenas por verem filmes , lerem livros e ouvirem músicas que a grande massa não lê (isto é fácil !) , mas sobretudo porque conseguem transmitir o seu conhecimento e sua cultura de uma maneira acessível e simples, gerando reflexão e admiração. Hans Rosling é um estatístico sueco que consegue fazer isto…em 50 segundos, no meio da rua, apenas com palavras e com algumas pedrinhas .
Arquivo diário: 22/05/2012
Publicado em Papo de bar, Reflexivo
Tags:Estatístico, hans rosling
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