Depois de pagar ingresso para assistir a “Cavalo de Guerra” de Steven Spielberg, concluí que o verdadeiro quadrúpede da história era eu, não na categoria equina mas na dos muares (mulas e afins…). O filme conta a história da amizade entre o cavalo Joey e o jovem Albert, que o domestica e o treina. Quando eles são forçados a se separar, o filme acompanha a jornada do cavalo, seguindo sua trajetória durante a primeira guerra mundial, passando pela cavalaria britânica, os soldados alemães e um fazendeiro francês e sua neta. A história atinge o seu ápice em uma batalha na Terra de Ninguém em que nosso amigo Joey é transformado em um soldado Ryan de quatro patas . A narrativa inteira é feita sob a perspectiva do cavalo e apesar do filme transcorrer em época de guerra, não existem grandes diferenças entre heróis e vilões e mocinhos e bandidos. Empolgante?
Está certo que pela descrição já daria para prever uma mistura de filmes como “minha amiga Flicka” com o “Corcel Negro” mas saí do cinema achando que fui atacado pela maldição equina dos ponêis da propaganda viral da Nissan e xingando até o coitado do ET que também tem o Spielberg como pai…O filme é uma coleção de chavões melodramáticos, é totalmente previsível e o cavalo, apesar de ser o melhor ator do filme, acaba sendo transformado em um Rambo trotador. Faz milagres, sobrevive a tudo: tiros, arames farpados, bombas. Escolha outro filme para começar a temporada de cinema de 2012. Literalmente caí do cavalo com minha escolha…
“Cavalo de guerra”, um pangaré do Spielberg…
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