É difícil para alguém que não acompanha futebol dar algum valor aos uniformes dos times. Para homens aficcionados no entanto, o que é feito com a camisa do seu clube do coração tem valor equivalente ao dedicado pelas mulheres ao escolher o seu traje para uma festa. Existem casos óbvios de rejeição, como a camisa que a seleção brasileira utiliza atualmente e que tem uma faixa verde no peito e se transformou em uma quase unamidade de atentado ao bom gosto. A explicação de que a faixa serve como um escudo para proteger os guerreiros que vão para a batalha piorou ainda mais o negócio e os novos modelos já aposentarão a tarja.
Em escala menor, foi divertido ver a reação dos torcedores da Portuguesa ao uniforme reserva da equipe apresentado recentemente. A camisa que historicamente sempre foi branca, agora conta com patrocinadores roxos e laranjas (um deles inclusive é um açougue), detalhes vermelhos e verdes, números pretos. Enfim, foi rapidamente qualificada nas redes sociais com elogios como abadá e carro alegórico.
A pequena mas ativa torcida do time se mobilizou para que a Lupo, fabricante dos uniformes, se manifeste e explique como conseguiu fazer uma peça de gosto tão duvidoso.
Em silêncio, o Santos, uma equipe tradicional com o seu branco e preto,anunciou que terá um terceiro uniforme,de cor azul turquesa para fazer referência ao mar da cidade (seria azul turquesa a cor mais adequada ? Santos não me parece ter um mar,digamos assim, caribenho…). Estou esperando para ver, mas o potencial de ser uma catástrofe de dimensões oceânicas é bem grande. Bem mais acertado e envolvente foi o que fez o Banfield,um time de tamanho médio da Argentina. Resolveram fazer uma votação via Facebook para que a torcida eleja os seus uniformes para 2012. Terá a aprovação dos torcedores, venderá mais camisas e todos ficarão felizes. Com paixão da torcida e com a força de uma camisa não se brinca !