Nas últimas semanas tenho viajado bastante por diferentes estradas de São Paulo e é impressionante a velocidade de expansão da Rede Frango Assado. Em qualquer estrada de repente surge um restaurante “Frango Assado” enorme que é garantia de um lugar decente para as crianças entediadas esticarem as pernas e sobretudo utilizarem um banheiro minimamente honesto. Atrás da expansão do Frango Assado está o capital da International Meal Company, que também é dona da rede de restaurantes Viena. Hoje cada loja do “Frango Assado” tem até business point com wi-fi mas não sei o que fizeram com o tal do frango que foi o responsável pelo nome da loja original e que além de enfeitar (ou enfear) a marca da rede, é bem coadjuvante…O frango é negligenciado até nas campanhas de divulgação da rede e claramente perde em importância e apelo popular para o pão de semolina, que originalmente era oferecido para quem abastecesse o carro no complexo Frango Assado.
O mais interessante é que o tal pão, que na opinião de alguns especialistas (acredito mais na tese de que estavam famintos), é espetacular, se transformou em ferramenta de disputa entre vários restaurantes/postos de estrada. O Graal e o Lago Azul, concorrentes do Frango Assado, também fazem grande alarde em torno do seu pão de semolina. Não tenho a menor idéia de qual seja melhor mas é no mínimo inusitado tentar fidelizar consumidores de postos e restaurantes de estrada através de um pão. A verdade é que o tal pão desperta memórias de infância em um monte de gente e parar para comê-lo significa mais do que matar a fome e esticar as pernas. Já presenciei testemunhais emocionados de um monte de gente sobre o tal pão e confesso que me senti um pouco alienado. Algo similar ao que sinto quando as pessoas comentam do Crô e da Tereza Cristina. Preciso me redimir… pretendo fazer um roteiro gastronômico com degustação do pão de semolina para me iniciar neste mundo…