Questão de expectativa

Esta semana foi feito o anúncio de que Rubens Barrichello correrá na Fórmula Indy em 2012. Não cabe a mim entrar no mérito de sua competência como piloto mas ninguém corre por vinte anos de Fórmula-1, por uma série de equipes diferentes, acumula uma fortuna pessoal, caso não seja minimamente competente. Apesar disto,ao mesmo tempo, Rubinho no Brasil é quase sinônimo de um looser, do eterno perdedor.
Sempre que penso em Rubinho, penso no mundo corporativo e como os executivos são avaliados. Para mim, a negociação dos “budgets” do Rubinho sempre foram consistentemente mal feitas…Por mais que ele realizasse, as pessoas sempre esperaram dele resultados maiores do que aquilo que ele poderia entregar. Ele nunca parou para renegociar, não cumpria o “acordado” e ao contrário, continuava prometendo mais…Nunca disse que o objetivo estava puxado demais para a sua realidade e isto só ajudou a ganhar uma fama de fracassado. A primeira regra do mundo dos negócios é cumprir 100% do prometido. Primeiro as pessoas olharão para o seu percentual de cobertura de cota e depois atentarão para que número estava lá. Cumprir 90% da meta é fracassar, por mais que a meta seja puxada. Quem faz 100% do prometido não deve explicações. Quem faz 90% passa dias explicando…Rubinho só explicou por anos a fio.
Rubinho aceitou um “budget” de sucessor do Senna, de competir de “igual para igual” com o Schumacher. Nos últimos anos corria com uma Williams, que provavelmente perderia um racha para o meu carro,mas fazia de conta que estava quase lá com a Red Bull.
Rubinho nunca declarou que estava brigando por vice-campeonatos, para ser o terceiro melhor brasileiro da história da Formula-1 ou para que sua última equipe ganhasse da Force India. Nunca alinhou as expectativas.Não o conheço e não sei se tratou de um tema de falta de auto-consciência ou se foram caprichos para agradar patrocinadores megalomaníacos, mas tenho certeza que se deixasse claro qual era a sua aspiração verdadeira, sua imagem junto público seria outra. Espero que depois de vinte anos e iniciando uma nova carreira, a negociação e a comunicação de suas expectativas sejam mais realistas. Ele já conseguiu um grande feito, recomeçar aos 40 anos, mas se vier a público, entusiasmado pela nova onda de assédio e começar a prometer sambadinha em Indianápolis repetirá o mesmo erro. Cabe a ele prometer menos e entregar mais…É assim que funciona o mundo corporativo.No esporte não é diferente.Ele já deve ter aprendido.

2 Respostas para “Questão de expectativa

  1. Pro seu carro eu não sei, mas que pra um belo Azera a Williams dele com certeza perderia, ela perderia… E bom post, Cris!

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