Depois de vários dias fechado, o acesso a uma das maiores atrações do Atacama, os geisers do Tatio, havia sido reaberto. Nós (e a Gaviões…) resolvemos ir. O lugar é mesmo incrível , com as fumacinhas e as águas quentes sendo expelidas da terra. Dá para cozinhar um ovo nas piscininhas naturais que estão a uns 4.300 metros de altitude.
Tudo estava ótimo quando no caminho de volta, eis que a van em que estávamos atolou.
Há uma tese que diz que não devemos esperar resultados diferentes se repetimos a maneira como fazemos as coisas.
Ela foi mais uma vez comprovada, quando mais duas vans do nosso hotel atolaram no mesmo lugar ao tentar passar da mesma maneira. Resumo: umas 40 pessoas , de todas as idades e nacionalidades, e que não se conheciam, tentando fazer prevalecer a sua forma de resolver o impasse de ter 3 carros empacados em um atoleiro de 150 metros. Teve o grupo do pânico, talvez inspirado pelos mineiros ou pelos sobreviventes dos Andes, teve a turma do “não é comigo” e me traz uma “cervezita”, tiveram os Hércules que queriam arrancar os carros no braço, surgiram os “engenheiros” que queriam fazer uma estrada paralela. Rolou discussão, briga, solidariedade e diversão. O desfecho ? Fomos resgatados por um carro 4×4 de um hotel concorrente que depois de três horas, conseguiu rebocar os carros.. Como exercício de dinâmica de grupo para recrutamento de trainees teria sido perfeito…Com certeza este dia ficará na lembrança, tanto pelo vapor e pelas águas quentes, como também pela lama.
Vapor e lama
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