Este final de semana assisti “Bling Ring”, último filme de Sophia Coppola. “Bling Ring” conta a história real de um grupo de adolescentes bem nascidos de Los Angeles, que resolve invadir casas de famosos que estão fora da cidade para surrupiar os seus pertences. Mais do que roubar vestidos e bolsas de Paris HIlton, Megan Fox ou Lindsay Lohan, eles querem se apoderar de seu estilo de vida. A brincadeira lhes rendeu US$ 3 mi. O filme não faz julgamentos, apenas mostra como é sua rotina de baladas, drogas e futilidade subsidiada pelos furtos. Por isto o filme incomoda…todos estão assaltando casas pois estão com fome, só que a fome é de Channel, Louboutin e Champagne…A turminha quer apenas viver como vivem os seus ídolos e mais do que tudo, se exibir para os colegas, compartilhando as suas peripécias em todas as redes sociais. Assistir ao filme sem pertencer a esta geração, é garantia de se sentir um velho. Os valores do grupo são incompreensíveis, a irresponsabilidade e a inconsequência da gang são irritantes e a obsessão por um jeito “VIP” de se viver, cercado por “grifes e points” parece uma caricatura (mas não é). O pior de tudo é a sensação de que o crime compensou…Um tempinho de cadeia que alavancou a exposição na mídia, o número de amigos no Facebook e a admiração dos amigos.
Você sai do cinema como se “Bling Ring” disparasse um chamado na sua consciência, uma espécie de “Ring Ring” …o filme gera uma angústia para você reforçar não só os cadeados de sua casa para que os adolescentes não a invadam (embora eles não pareçam tentados a fazer isto, afinal você possivelmente não tem pista de dança no porão), mas os cadeados da vida, para que os seus filhos não saiam…Minha conclusão é que para qualquer pai, seria melhor se o filme não fosse inspirado em uma história real.