Annapurna, sua linda

A noite me traz lembranças de infância em Campos de Jordão. Opção cruel entre fazer xixi na cama ou levantar do sleeping bag em um frio de rachar e além de tudo ter que procurar não apenas o banheiro mas o meu bigulinho totalmente encolhido a -5C, em um lugar sem nenhum aquecimento.

Acordo antes do sol nascer. Se o céu estrelado é espetacular, o reflexo dos primeiros raios de sol batendo no topo das montanhas não fica devendo nada.

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Reta final até Annapurna

Começamos a andar. Hoje será rápido. São pouco mais de 2 horas de subida constante para chegarmos ao acampamento base. 4200m.

Uma curva para cá, outra para lá e Annapurna surge inteira na nossa frente. Linda, deusa, majestosa. Mais de 8000m, uma das dez montanhas mais altas do mundo. Avisto o memorial para todos aqueles que morreram tentando escalá-la. A montanha tão pacífica e soberana é aquela que proporcionalmente mais mata alpinistas. Desde 1950, quando foi escalada pela primeira vez, foram poucos os que tentaram atingir o seu cume (menos de 200), o problema é que cerca de um terço não voltou para casa. Para efeito de comparação, menos de 4% dos alpinistas que se aventuram no Everest acabam morrendo.

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Memorial para os alpinistas que morreram tentando escalar Annapurna

Estatísticas e métricas a parte eu sigo em frente, caminhando em direção a um glaciar que começa kilometros acima. Estou sozinho. Fico sentado observando. O silêncio é total, só quebrado pelo barulho do gelo que se parte em algum lugar desconhecido. O céu é azul de cartão postal. Sempre sonhei vir para um lugar assim. Acho que esta é a catedral da minha religião. Natureza bruta que te coloca em seu devido lugar, com a sua merecida insignificância. Fotos e vídeos não captam como o lugar é bonito. As nuvens começam a aparecer, lembrando que tudo aquilo também muda e que era hora de voltar. Fica na memória.IMG_3901.jpg

Leo e Oscar

O RegressoLá fui eu assistir “O Regresso”, filme dirigido por Alejandro Iñarritu candidato a 12 Oscars e com o qual Leonardo de Caprio finalmente deverá ganhar a sua estatueta de melhor ator. O filme se passa durante o inverno de 1823, e conta a história real do  explorador e comerciante de peles Hugh Glass (personagem do Leozinho) que depois de ser atacado por um urso e abandonado à beira da morte pelos seus companheiros, sobrevive e parte  em busca de vingança contra aqueles que o deixaram para trás.

Se eu não soubesse que o tal sr. Glass um dia existiu, teria certeza que o roteiro contava a história de uma espécie de MacGyver, aquele do Profissão Perigo, de Neardental. Di Caprio passa frio, fome, sofre, grunhe, rasteja, fica sujo, mal cheiroso, de vez em quando até fala mas sempre dá um jeito de sobreviver. Judiaram da criatura. Eu como espectador me senti vingado…Está achando que a vida é só Gatsby e “Lobo de Wall Street”  ? Glamour, gel no cabelo, Bar Refaeli, baladinhas, champa, tipinho “rei do camarote”? Não…vai lá virar papinha de urso, degustar um fígado de bisão congelado, tirar uma sonequinha dentro de uma carcaça de pangaré.

Merece um Oscar ? Em “O Regresso”, DiCaprio só precisou fazer cara de ogro por duas horas e meia. Um “Cigano Igor”padrão Hollywood. Até cantar na proa do Titanic exigiu mais dele do que este papel. É justo que ele seja reconhecido pelo conjunto de sua obra mas este filme está longe de representar uma de suas melhores performances. Não por culpa do ator, mas o fato é que representar Hugh Glass demandou muito menos de DiCaprio do que Scorcese exigiu dele em seus últimos filmes. Bom para ele, perderá a sua virgindade de Oscars, mas reforça a tese que o trabalho premiado não é aquele que exige mais técnica do ator e sim aquele em que a criatura exibe o maior grau de transformações corporais e estéticas. No pain, no Oscar. Foi assim com a gagueira de Collin Firth, com a magreza esquelética de Matthew McConaughey, com a esclerose de Eddie Redmayne. Será assim com a neo-feiura de DiCaprio.

Maria Shavecova

Maria-Sharapova-HD-WallpaperJornalistas esportivos possuem um dom: a incrível capacidade de perguntar sempre as mesmas coisas. O efeito colateral desta monotonia é que os atletas também desenvolveram a também incrível capacidade de responder sempre as mesmas coisas ! É uma espécie de efeito Pavloviano da mídia esportiva. Todos condicionados…Há um pacto entre eles: “Eu sei o que você irá me perguntar e você sabe o que eu irei te responder”. O time está bem preparado…Temos que respeitar o adversário…A equipe está unida…2×0 é um placar perigoso…o script de uma entrevista blá,blá,blá.

Talvez entediada das perguntas chatas e cansada de dar as mesmas respostas, Maria Sharapova, que além de todos os seus atributos, ainda é uma boa jogadora de tênis, resolveu radicalizar…

Na coletiva de imprensa após a sua eliminação do Australian Open, Sharapova mandou um xaveco pesado para cima do jornalista que fazia mais uma pergunta genial. A cena inusitada foi bem mais divertida do que se ela tivesse respondido sobre preparação da adversária, próximos torneios etc…Quem se deu bem com a situação foi o repórter. Teve seus 30 segundos de fama e virou galã…A qualidade de suas perguntas ? Bem, isto é secundário…

Banco do meio

banco traseiro

Entre a cruz e a caldeirinha, localiza-se o assento do meio. Seja no carro, seja no avião é rejeitado, amaldiçoado, e certamente deve ter uma baixa auto- estima. Ninguém o ama, ninguém o quer. Sentar no assento do meio é uma punição da qual todos tentam se livrar. Independentemente do trajeto, irmãos se estapeiam para garantir uma janelinha no carro. Os pais de filhos pequenos,compactuam com uma espécie de trote familiar que tem como vítima o irmão mais novo, condenado ao “meio” de modo sumário, sem direito a apelações. Esta regra predominará por anos, até que irrompa a batalha campal entre irmãos e a força física passe a prevalecer. Os pais então, sugerem um nefasto rodízio…Quem for no meio agora,vai na janela depois. Falta clareza e as polêmicas persistem…filhos exigem mais critérios para aceitar o rodízio…Quando mudarei de lugar: é por tempo ? é por distância ? é por trecho ?  Pais não se manifestam, cansados, preferem a omissão e a disputa para fugir do infeliz assento, é retomada na base da pancadaria.Triste sina do banco do meio….algum dia inventarão um programa de inclusão social para o coitado, ou um sistema de cotas de janelas para irmãos caçulas.

Catando Kokinhos agora é parceiro virtual da Casa Ronald McDonald RJ

A Casa Ronald McDonald-RJ acaba de ampliar seus horizontes no mundo virtual. A instituição, que hospeda crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer no Rio de Janeiro, começou uma nova campanha na internet. Após ter lançado uma Fan Page no Facebook, e revitalizado o Twitter, a CRM lançou uma ação junto a uma série de blogs do país. O mote da campanha online é uma extensão do slogan “A Casa que o amor construiu… a Internet abraçou!”. E a expectativa é conseguir conquistar, logo nos primeiros meses, cerca 1 milhão e meio de visualizações em blogs e sites desses novos parceiros.
A agência CMI, especializada em marketing digital, ficará responsável pela campanha, e começou o trabalho fazendo uma listagem de blogs que seriam convidados a participar. E o Catando Kokinhos foi um dos selecionados.
Sendo assim, a partir de hoje,Catando Kokinhos abraçará a CRM-RJ. O blog ganhará o selo de “Blogueiro Responsável” da Casa Ronald McDonald RJ, e todos vocês também estão convidados a abraçarem a casa.
Vocês podem fazer isto seguindo e adicionando as redes da CRM:
http://www.facebook.com/CasaRonaldRJ
http://www.twitter.com/CasaRonald_RJ
http://www.youtube.com/user/CasaRonaldMcDonaldRJ

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Rumo a um bilhão de hits

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