Lá fui eu assistir “Gravidade” com Sandra Bullock e George Clooney. Ok, o filme tem imagens lindas do espaço. Ok, o filme utiliza bem os efeitos 3D. Ok, você realmente se sente flutuando no espaço. Desde o começo esta deveria ter sido a sua proposta original: venha ver como Hollywood e sua tecnologia, são capazes de produzir coisas incríveis. Nós iremos apenas concorrer ao Oscar de efeitos especiais e ser hors concours em cenas bonitas. Esqueça o resto que você possa esperar de um filme: não vamos tentar colocar isto em um roteiro, não vamos querer contar história, “Gravidade” servirá apenas como ferramenta de divulgação dos múltiplos recursos da indústria cinematográfica americana.
Mas aí não cumpriram o combinado e tentaram inventar uma história para justificar o filme. A coisa desandou. A que se prestou o George Clooney ? O mesmo papel de sempre…Grisalhão pegador, galã da menopausa, só que desta vez com roupa de astronauta. Fiquei pensando se não era fetiche da roteirista: tenho uma tara pelo George, só que sou original, minha fantasia não é vê-lo vestido de Zorro ou de bombeiro mas sim de astronauta. Vou dar um jeito. Só pode ter sido isto…Para completar o pacote, só faltou George fazer merchand de Nespresso na estação espacial.
E a Sandra Bullock ? Seu figurino também é interessante, normalmente aparece vestidinha de astronauta, mas quando está mais relaxada, desfila com um traje de Lara Croft interestelar. Seu cabelo, com gravidade ou sem gravidade, não se mexe. O seu cabelereiro na estação espacial certamente era o mesmo do Roberto Justus. Mas o que pegou mesmo para mim foi quando ela resolveu sair voando pelo espaço turbinada por um extintor de incêndio. Uma releitura do que as bruxas faziam com vassouras. Transformaram a moça em uma espécie de MacGyver operando em gravidade zero que sobrevive a destroços de satélites, incêndios e ainda imita latido de cachorro enquanto está sem oxigênio…. Foi além da minha capacidade de abstração…
Em resumo: assista uns quinze, vinte minutos de filme. Adquira repertório para comentar com os seus colegas como as imagens são lindas, como Hollywood é capaz de fazer coisas surpreendentes, como é fantástico vagar pela imensidão do espaço e depois saia no meio, para jantar mais cedo. Sem grandes culpas…