Entre a cruz e a caldeirinha, localiza-se o assento do meio. Seja no carro, seja no avião é rejeitado, amaldiçoado, e certamente deve ter uma baixa auto- estima. Ninguém o ama, ninguém o quer. Sentar no assento do meio é uma punição da qual todos tentam se livrar. Independentemente do trajeto, irmãos se estapeiam para garantir uma janelinha no carro. Os pais de filhos pequenos,compactuam com uma espécie de trote familiar que tem como vítima o irmão mais novo, condenado ao “meio” de modo sumário, sem direito a apelações. Esta regra predominará por anos, até que irrompa a batalha campal entre irmãos e a força física passe a prevalecer. Os pais então, sugerem um nefasto rodízio…Quem for no meio agora,vai na janela depois. Falta clareza e as polêmicas persistem…filhos exigem mais critérios para aceitar o rodízio…Quando mudarei de lugar: é por tempo ? é por distância ? é por trecho ? Pais não se manifestam, cansados, preferem a omissão e a disputa para fugir do infeliz assento, é retomada na base da pancadaria.Triste sina do banco do meio….algum dia inventarão um programa de inclusão social para o coitado, ou um sistema de cotas de janelas para irmãos caçulas.