Passado próximo

A ponte de Mostar,Bósnia

As fronteiras com os vizinhos da Croácia são bem próximas e resolvemos nos aventurar pelas terras da Bósnia e Herzegovina para conhecer Mostar. Mostar é reconhecida como um patrimônio da humanidade pela Unesco e é conhecida pelo seu centro histórico e por  sua ponte do século XVI.  Na verdade, a ponte original era do século XVI, a ponte atual tem menos de dez anos e foi reconstruída após a destruição da original em 1993, durante a guerra da Bósnia.

Paredes furadas por balas ainda estão por todos os lados

Entrar em contato com as marcas de uma guerra tão recente é perturbador e constrangedor. Como assim um bombardeio no meio da Europa em 1993 ?  Eu já estava formado e trabalhando…Claro que eu já tinha ouvido falar na guerra da Bósnia mas quando você observa de perto que o pau comeu tão próximo de vizinhos tão poderosos e sem maiores interferências, dá uma certa vergonha da humanidade. Fora a ponte nova, você ainda encontra ruínas de várias casas derrubadas e diversas paredes furadas de balas…

Hoje em dia os turistas estão por todas as partes e se você quiser  pode se concentrar apenas em tirar as suas fotos, comprar ímãs de geladeiras com a imagem da ponte e contribuir com algumas moedas para que um nativo dê um salto acrobático no rio mas a verdade é que mais do que um day trip, foi uma viagem a um passado muito próximo e muito feio.

 

Histórias de avião

Eu pensava que já tinha passado por quase tudo em minha vida como passageiro de avião. Já tive mala perdida, avião arremetendo, voo cancelado, voo perdido, overbooking, upgrade e a cereja do bolo que adoro contar em mesas de bar: abandonei um avião em evacuação de emergência, com direito a descida de escorregador e corrida pela pista com medo de explosão. Esta semana ganhei mais uma história…tudo começou quando em função do voo lotado, fomos remanejados para a classe executiva da TAM de Manaus para Guarulhos (nota para aficcionados: a TAM utiliza um A330 nesta rota, por isto existe a classe executiva). As crianças já martelavam todos os botões disponíveis, fascinados com a perspectiva de voarem quase na horizontal, pulando, jogando e assistindo Harry Potter ao mesmo tempo. Eis que um passageiro resolveu se indignar com os upgrades dados a nós e a outros passageiros. Dizia que havia pago R$ 1342,00 (falou tanto com o pessoal da tripulação que memorizei o número) para voar naquela classe e que aquilo era injusto, pois os outros estavam ganhando aquilo de graça. Esbravejou, levantou, bufou com um comissário, esperneou com duas aeromoças e finalmente retornou ao seu assento. Para mim o desabafo estava concluído e em breve partiríamos.
Passam-se 10 minutos e dois agentes da polícia federal, a pedido do comandante, entram no avião para retirar o reclamão. Ele até tentou dizer que não era bem assim, apelou para o “deixa disso”, disse que tinha sido mal compreendido, que estava apenas reclamando dos seus direitos e por fim tentou o nobre golpe da carteirada, dizendo que era o projetista da nova ponte de Manaus (realmente não me pareceu um grande argumento mas que ele tentou, tentou).

Até a nova ponte sobre o Amazonas foi citada na tentativa do cidadão ficar a bordo


Não teve conversa. Expulsão sumária do avião por destrato a tripulação e meia hora de atraso…Nem reclamei…voei com mais espaço, assisti a cena toda de camarote e ganhei uma nova história de avião para a coleção.

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