
Nascer do sol nas montanhas. Hábito incorporado ao dia a dia
Depois de 5 dias de caminhada apareceu uma bolha na sola do meu pé direito. Nada sério mas recorro ao kit de primeiros socorros elaborado pela minha esposa, que tem tanta coisa que acho que foi montado para a eventualidade de eu ter que realizar um transplante cardíaco na altitude. Decido que no final da viagem deixarei todos estes suprimentos (remédios, band aids, gaze, esparadrapo) para a população. Em caso de um novo terremoto no Nepal, a Cruz Vermelha já terá material para começar o atendimento aos nativos.

O reencontro com os vilarejos no caminho de volta.
A minha alimentação tem sido bastante variada. Pão nepalês no café da manhã e para almoço e jantar: uma sopa (vegetais, tomate,alho ou cebola) que poderíamos chamar de água quente aromatizada, arroz com curry de vegetais ou arroz frito com vegetais ou Momo que é um pastelzinho cozido no vapor recheado de ? Vegetais. Exceto por um ovo que misturaram com o meu arroz, já se vão dias sem proteína.

Gato por lebre ou búfalo por yak
Já estamos no caminho de volta e na medida em que descemos começam a reaparecer vilarejos, o que deixa o caminho mais divertido. É uma paisagem rural e vamos caminhando entre plantações. Alguns búfalos pelo caminho suprem o meu gap de não encontrar os yaks. A rotina já está muito estabelecida e o corpo se acostumou aos exercícios. A barba já cresceu e as calças começaram a cair com o spa forçado. Incorporei um toque de despertar que me permite ver as estrelas e esperar o sol nascer atrás das montanhas. Posso dizer que estou vivendo uma rotina frugal e espartana. Algo próximo de um monge beneditino…