Cientistas anunciaram a descoberta de quatro novos elementos que acabaram de ser integrados à tabela periódica. Os novos elementos não existem na natureza e foram criados por aceleradores de partículas que fazem elementos menores colidirem entre si e se fundir. Os átomos criados nessas condições sobrevivem por apenas algumas frações de segundo.
Com isto, as “caixinhas” com os elementos de números atômicos 113,115, 117 e 118 foram preenchidas e agora a linha 7 da tabela está completa !
Na medida em que 99% da população não entende qual a serventia da tal tabela e se preocupa unicamente em decorá-la para o vestibular, do ponto de vista prático, os grandes impactados por esta novidade serão os estudantes de cursinho. Suas estratégias de estudo terão que ser revisitadas.
Algumas “famílias” de elementos ficaram intactas, como é o caso das famílias 1A e 2A, o que permite que a tradição prevaleça e que os alunos se limitem a decorar as frases clássicas “Li na cama Robson Crusoé francês” e “Bela Margarida casou com o senhor Barata”. As famílias 3A,5A, 7A e 8A porém, foram implacavelmente atacadas por estes cientistas, obcecados por seus umbigos e que almejam apenas reconhecimento pessoal e momentos de glória efêmera. Se antes para estar preparado para as provas, bastava ao pobre estudante decorar versos frugais como “Busco alguém singelamente talentoso”, “Não passo sabão no bilau” , “Os sete porquinhos” e “Hélio nervoso arrancou Kriptonita do xerife Ronaldão”, agora todas estas pérolas da sabedoria popular do cordel pré-universitário, terão que ser reescritas. A maldade dos cientistas foi tamanha, que eles decidiram provisoriamente chamar os novos elementos de ununtrium (Uut), ununpentium (Uup), ununseptium (Uus) e ununoctium (Uuo), inviabilizando qualquer chance das frases originais serem apenas ajustadas. Existem momentos em que a ciência serve apenas para atrapalhar…divulgar isto justo agora na véspera dos vestibulares é no mínimo um desrespeito à comunidade estudantil. Se eu ainda tivesse idade para isto, certamente ocuparia algumas escolas para protestar. Uns quinze dias seriam suficientes.