Há alguns milhões de anos o Brasil pode ser definido como um país tropical. Não deveria ser muita surpresa que durante o verão, que no hemisfério sul normalmente ainda ocorre entre dezembro e março, se registrem as maiores temperaturas e as maiores chuvas do ano.
Época de chuvas em São Paulo significa carros boiando, pernilongos robustos, mais bombados que as musas da Sapucaí e um frequente caos. Nada muda há décadas e é incrível mas não se consegue preparar a cidade para a temporada de chuvas. A culpa é sempre do coitado do São Pedro…Poderiam aliviar a responsabilidade do santo e aceitar que mesmo daqui a alguns milhares de anos, ainda continuará chovendo forte por aqui durante o verão…
A este tão agradável repertório sazonal, posso adicionar mais um item: falta de luz. Parece ter ocorrido um fenômeno de condicionamento pavloviano em meu bairro: começam a cair as primeiras gotas, vem o ruído do transformador explodindo, a escuridão e o súbito desaparecimento da Eletropaulo por horas. Estão todos sincronizados e atuando em perfeita sinergia…Neste final de semana se superaram: chuva, transformador e atendimento Eletropaulo trabalhando em equipe, como um time de alta performance, atingiram o novo recorde de dezoito horas sem luz em minha casa. O verão que deveria ser a época com dias mais longos e mais horas de luz, em minha casa se transformou na era das trevas…
Há compensações porém: vejo uma nuvem mais escura no céu e posso me preparar o programa forçado de condicionamento físico Eletropaulo, que envolve subir até o oitavo andar pelas escadas, dieta com poucas calorias pois não enxergo o prato e sauna natural durante a noite, sem ventilador ou ar condicionado. Não sei como ainda não começaram a cobrar por este benefício indireto nas contas …E tem consumidor que ainda reclama !