É impossível passar pela África do Sul e não lembrar que até alguns anos o Apartheid, regime de segregação racial existiu por aqui e sentir as cicatrizes que isto deixou.
Passaram quase vinte anos e fiquei pensando na habilidade e na liderança de Nelson Mandela para que o fim do regime não tenha sido uma carnificina. O poder político migrou de brancos para negros mas a distribuição de renda está idêntica. A bomba não explodiu mas fica a sensação que a pólvora continua espalhada. Talvez por isto Barack Obama continue sendo um pop star por aqui. Ninguém com quem falei quer saber o que ele fez ou fará, mas sim o que ele representa. De alguma maneira, ele é a África negra, oprimida e miserável, comandando o país mais poderoso do mundo.Obama ficará mais quatro anos…e tem o papel de além de simbolizar , realmente ser um guardião da igualdade e do acesso,não apenas nos EUA mas no mundo todo.Além disto como bônus pela sua permanência, eu ganhei mais algum tempo para até 2016 entender como funcionam as eleições americanas. Minha tese: os caras ficam um ano disputando prévias em seus partidos e mais não sei quantos meses em campanha mas em 90% dos estados, os democratas ou os republicanos sempre vencem, há séculos e independentemente do candidato. Na realidade, disputa mesmo e a definição do vitorioso ocorrem apenas nos chamados “swing states”, que mudam de opinião de tempos em tempos. É lá que a campanha não é café com leite.