O dia de retorno à Kathmandu começou em clima de final de festa. Acordo às 4am para tentar assistir ao jogo que poderia dar o título brasileiro ao Corinthians. Estou empolgado. FielNepal, Gaviões do Himalaia…penso no nome da minha torcida organizada, nos gritos de guerra e até em puxar um “poropopó” com outros hóspedes (clique no link para saber o que é o poropopó para o comentário não ficar hermético ou ter uma conotação sexista por parte daqueles que não sabem do que se trata”.
Percebi rapidamente que a internet do hotel não comportava streaming de imagem. Lá se iam uns quinze minutos de jogo e para mim a bola nem tinha começado a rolar, os times ainda se aqueciam em campo. Não teve jeito mesmo. Fico limitado a ouvir a conquista do hepta campeonato por aplicativos de rádio, depois de ter xingado até a terceira geração dos gestores do meu hotel.
Embarco para Kathmandu em um voo da Budha Air. Ele optou por não me encontrar pessoalmente e chego sem problemas. Comprovo que meu espírito mudou. O caos urbano, a poeira, poluição me incomodam. Já conhecia a cidade que é uma espécie de Ciudad Del Leste asiática ambientada para montanhismo/ trekking. Centenas de lojinhas/barracas vendendo equipamentos e roupas para os turistas. Tudo falsificado com diferentes níveis de sofisticação. Do tosco ao muito ruím. Fiquei até com pena da North Face. Ela é copiada sem dó.
Tinha visitado Kathmandu há 7 anos e a infraestrutura da cidade como consequencia do terremoto de 2015 que destruiu o Nepal, está ainda pior. As ruas ruíram e não tem nenhuma pavimentação e os patrimônios da humanidade como a Durbar Square, vieram abaixo e assim continuam. Percebi que a minha tolerância tinha acabado e que depois de dez dias de contato intenso com a natureza, estava achando aquela bagunça bem sem graça. Era hora de voltar para casa….